terça-feira, 18 de setembro de 2007

Enfim, um blog

"Todas as novidades da Internet são sempre bem-vindas. Começar a usá-las nem sempre é uma decisão fácil."

Me lembro do início dos tempos da Internet quando ainda as aplicações eram simples, sem funções gráficas e sem os navegadores tão bacanas que temos hoje.
Para quem não viveu aquele momento, vale a pena saber que era difícil usar as aplicações existentes. E elas eram poucas. Era o tempo da Internet somente para universidades, órgãos de pesquisa ou similares.
E como fazíamos para nos comunicar de modo textual? Não havia MSN Messenger, Yahoo Messenger, Outlook, Thunderbird? Não, infelizmente não. Usávamos uma ferramenta rudimentar para criar mensagens e enviá-las ao que chamávamos de BBS (Bulletin Board System). Na época, provedores deste tipo de serviço, como Mandic e Digital Highway, recebiam as mensagens que enviávamos a eles e através de um protocolo chamado UUCP subiam e baixavam mensagens de um provedor de maior hierarquia (a este processo chamávamos de transferência em lotes, do inglês " batch"). Eram os primeiros anos 90.
Tanto o envio das mensagens dos usuários para os BBSs quanto dos BBSs para o provedor de maior hierarquia eram feitos através de modens (ou "modems" para os americanizados) de alta velocidade: entre 2.400 e 14.400 bit/s. É isto mesmo, não está faltando nenhum zero aí não.
Abre parênteses:
Eu já havia passado por uma experiência anterior na empresa em que trabalhava à época (Embratel): lá foi criado na década de 80 um projeto chamado Ciranda, a primeira comunidade brasileira informatizada de que tenho notícia. O computador que usávamos era um CP-500, fabricado pela Prológica e que era clone do TRS-80 da Radio Shack. Alto desempenho, com seu processador Z-80 e até 48 Kbytes de RAM, as aplicações eram carregadas a partir de unidades de disquete de 5,25 polegadas ou unidades de fitas (na verdade, gravadores comerciais, usando fitas cassete normais). O modem era um 1200/300 bit/s. Em outra mensagem discorro mais sobre estas relíquias.
Fecha parênteses.
Bem, eu queria abrir um canal de comunicação com a comunidade de tecnologia e havia algumas alternativas. Mas então por que um blog? O blog é hoje a maneira textual mais fácil de transmitirmos opiniões e ouvir as dos outros. Mas a decisão de usá-lo demorou. E demorou porque, apesar de ser uma ótima ferramenta, para ser útil tem que levar informação consistente e nova. Aliás, a comunicação só é efetiva quando carrega em si informação real quando expressa uma novidade para quem a absorve. É um desafio diário e que necessitará determinação, organização e principalmente idéias.
Aqui cobriremos assuntos tecnológicos das áreas de segurança de redes, conformidade com padrões regulatórios (SOX, PCI, etc.), gerência de redes, equipamentos de redes diferenciados e recuperação de desastres (backup). E também assuntos não tecnológicos nas áreas de ecologia e cultura.
Conto com o apoio de toda a comunidade. E vamos em frente!