"Todas as novidades da Internet são sempre bem-vindas. Começar a usá-las nem sempre é uma decisão fácil."
Para quem não viveu aquele momento, vale a pena saber que era difícil usar as aplicações existentes. E elas eram poucas. Era o tempo da Internet somente para universidades, órgãos de pesquisa ou similares.
E como fazíamos para nos comunicar de modo textual? Não havia MSN Messenger, Yahoo Messenger, Outlook, Thunderbird? Não, infelizmente não. Usávamos uma ferramenta rudimentar para criar mensagens e enviá-las ao que chamávamos de BBS (Bulletin Board System). Na época, provedores deste tipo de serviço, como Mandic e Digital Highway, recebiam as mensagens que enviávamos a eles e através de um protocolo chamado UUCP subiam e baixavam mensagens de um provedor de maior hierarquia (a este processo chamávamos de transferência em lotes, do inglês " batch"). Eram os primeiros anos 90.
Tanto o envio das mensagens dos usuários para os BBSs quanto dos BBSs para o provedor de maior hierarquia eram feitos através de modens (ou "modems" para os americanizados) de alta velocidade: entre 2.400 e 14.400 bit/s. É isto mesmo, não está faltando nenhum zero aí não.
Abre parênteses:Bem, eu queria abrir um canal de comunicação com a comunidade de tecnologia e havia algumas alternativas. Mas então por que um blog? O blog é hoje a maneira textual mais fácil de transmitirmos opiniões e ouvir as dos outros. Mas a decisão de usá-lo demorou. E demorou porque, apesar de ser uma ótima ferramenta, para ser útil tem que levar informação consistente e nova. Aliás, a comunicação só é efetiva quando carrega em si informação real quando expressa uma novidade para quem a absorve. É um desafio diário e que necessitará determinação, organização e principalmente idéias.
Eu já havia passado por uma experiência anterior na empresa em que trabalhava à época (Embratel): lá foi criado na década de 80 um projeto chamado Ciranda, a primeira comunidade brasileira informatizada de que tenho notícia. O computador que usávamos era um CP-500, fabricado pela Prológica e que era clone do TRS-80 da Radio Shack. Alto desempenho, com seu processador Z-80 e até 48 Kbytes de RAM, as aplicações eram carregadas a partir de unidades de disquete de 5,25 polegadas ou unidades de fitas (na verdade, gravadores comerciais, usando fitas cassete normais). O modem era um 1200/300 bit/s. Em outra mensagem discorro mais sobre estas relíquias.
Fecha parênteses.
Aqui cobriremos assuntos tecnológicos das áreas de segurança de redes, conformidade com padrões regulatórios (SOX, PCI, etc.), gerência de redes, equipamentos de redes diferenciados e recuperação de desastres (backup). E também assuntos não tecnológicos nas áreas de ecologia e cultura.
Conto com o apoio de toda a comunidade. E vamos em frente!